Dilma lamenta episódio com Tinga e reforça Copa contra o racismo

A presidente Dilma Rousseff lamentou, na manhã desta quinta-feira, o episódio de racismo contra o volante brasileiro Tinga. Na derrota do Cruzeiro para o Real Garcilaso, nesta quarta, no Peru, torcedores cometeram atos racistas dirigidos ao atleta. A cada toque na bola do jogador, a torcida do clube peruano imitava um macaco.

– Foi lamentável o episódio de racismo contra o jogador Tinga, do Cruzeiro, no jogo de ontem, no Peru. Ao sair do jogo, Tinga disse que trocaria seus títulos por um mundo com igualdade entre as raças. Por isso, hoje o Brasil inteiro está fechado com o Tinga. Acertei com a ONU e com a Fifa que a nossa Copa das Copas também será a Copa contra o racismo. Porque o esporte não deve ser jamais palco para o preconceito – escreveu Dilma, no Twitter.

Reprodução do Twitter da presidente Dilma

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, também lamentou o episódio com Tinga e reforçou as palavras da presidente Dilma, afirmando que o futebol precisa combater a descriminação.

– Faço coro com a presidente Dilma ao condenar o episódio de racismo envolvendo Tinga, do Cruzeiro. A Fifa é contra todo ato de discriminação. O Congresso da Fifa aprovou uma resolução contra discriminação. Futebol deve mostrar que está falando sério quando diz “basta.” – disse Blatter.

O governador de Minas Gerais, o atleticano Antonio Anastasia, também foi solidário ao jogador.

– Lamento profundamente as manifestações racistas contra o jogador Tinga ocorridas durante jogo realizado na noite na última quarta-feira no Peru. Expresso minha indignação por esse ato tão abominável e levo a solidariedade de todo o povo mineiro ao atleta e a toda a equipe do Cruzeiro Esporte Clube. A intolerância e o racismo são inadmissíveis em qualquer campo da atividade humana, especialmente no esporte, que tem como uma de suas missões a confraternização entre os povos.

Tinga entrou no segundo tempo da partida e foi perseguido pelos torcedores peruanos durante todo o tempo que esteve em campo. O jogador deixou o campo inconformado.

– Eu queria não ganhar todos os títulos da minha carreira e ganhar o título contra o preconceito contra esses atos racistas. Trocaria por um mundo com igualdade entre todas as raças e classes.

Os jogadores do Cruzeiro reforçaram a indignação do volante. Vítima de racismo em jogo da Libertadores de 2012, quando defendia o Vasco diante do Libertad, no Paraguai, Dedé utilizou o Twitter para expressar sua revolta.

– Somos negros, brasileiros e com muito orgulho da nossa cor e raça. Eu, Júlio Baptista, Tinga e outros negros estamos juntos. #racismonunca. Estou revoltado com o que aconteceu hoje (quarta) aqui no Peru, cambada de racistas, Deus nos fez iguais!

 

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