Espécie de patrono dos torcedores tricolores, o jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues (1912-1980) costumava transformar jogadores em mitos e jogos em batalhas heroicas em seus artigos na imprensa.
Ele é a figura central do segundo longa-metragem sobre o Fluminense, que está sendo preparado para o centenário do clube, em 21 de julho de 2002.
O enredo é simples: Nelson Rodrigues vai ao Maracanã, senta na sua cadeira cativa, e vê a história do Fluminense passar à sua frente. O diretor do filme é Murilo Salles (o mesmo de “Todos os Corações do Mundo”, filme oficial da Copa do Mundo de 1994).
A história como foi contada por Nelson
Até agora, mais de 300 artigos de Nelson Rodrigues já foram separados para o roteiro. “O filme não vai retratar as histórias como elas aconteceram, mas como o Nelson as viu e descreveu, com toda sua linguagem mitificadora e aquela prosa neo-barroca”, diz o jornalista Sérgio Sá Leitão, que assina o roteiro com Murilo Salles.
Dessa forma, aparecem alguns dos personagens criados pelo jornalista, como o “Sobrenatural de Almeida”, o responsável por todas as derrotas do clube, e o “Gravatinha”, que deva um empurrãozinho nas vitórias.
O ator Osmar Prado está sendo cogitado para incorporar Nelson Rodrigues e fazer a narração em off de seus textos. Alguns jogos antológicos como o famoso Fla-Flu da lagoa em 1941, em que os jogadores tricolores passaram a isolar a bola em direção ã Lagoa Rodrigo de Freitas para garantir o campeonato carioca, serão recriados pelo filme.
Jogadores das antigas como Preguinho, Welfare e Marcos Carneiro de Mendonça também serão interpretados por autores.
Filme: “O Fluminense de Nelson Rodrigues”.
Diretor: Murilo Salles
Roteiristas: Sérgio Sá Leitão e Murilo Salles
Duração: 90 min (cinema) e 52 min (versão para TV)
Depoimentos: Carlos Alberto Parreira, Telê Santana, Rivelino, Delei, Nelson Motta, Nelson Rodrigues Filho, Francisco Horta
Orçamento: R$ 300 mil
Estágio: captação de recurso
Estreia: 21 de julho de 2002 (centenário do Fluminense)