Gestos, caras, bocas, sorrisos e piscadinhas… A coletiva do atacante
Neymar nesta quinta-feira, em Brasília, teve de tudo. De seleção brasileira
ao jejum de gols. Da ida para o Barcelona ao estilo de jogo, o jogador
conversou com os jornalistas por cerca de 40 minutos. O atacante, no
entanto, não estava à vontade. Mostrou-se incomodado com a repetição de
perguntas e foi até irônico ao ser questionado sobre as roubadas de bola na
vitória por 3 a 0 sobre a França, no último domingo, em Porto Alegre
Mesmo com um sorriso de canto de boca, o jogador não se conteve quando
falaram do estilo de marcação diante dos franceses e do cartão amarelo que
recebeu por uma falta mais dura durante o confronto.
– A orientação que eu tenho de marcação é de reduzir o espaço do
adversário. Se eu marco muito, vocês reclamam. Se eu não desarmo, não
desarmo. Se eu não driblo, eu não driblo. É complicado. Não consigo
entender as pessoas – disse.
Mas não foi apenas nesse momento da coletiva que Neymar ficou incomodado.
Por diversas vezes questionaram o atacante sobre o protagonismo em campo.
E, sem pensar duas vezes, o atleta iniciava a resposta com um: “como já eu
disse na pergunta anterior”.
Comentários irônicos se destacaram ao longo dos 40 minutos. Em dada
resposta, chegou a afirmar que Deus o havia premiado com dois dons: o de
jogar bola e o de ter paciência.
– Um é jogar futebol. O outro é ter paciência. Sou feliz por tudo o que
eles está fazendo por mim. Não ligo muito para as coisas. Sempre fico
normal com as críticas e com os elogios. Sei o que represento para o
futebol brasileiro.
Em outro questionamento, foi lembrado o jejum de 842 minutos sem balançar
a rede. A resposta sobre o que isso pode alterar em seu jogo contra o Japão
foi curta.
– Não significa nada. Vou seguir trabalhando para marcar os gols. Claro
que quero marcar os gols todos os dias, mas não tem acontecido.
Neymar elogia Balotelli
O atacante Balotelli, da Itália, foi um dos poucos assuntos capazes de
entusiasmar Neymar. Ao elogiar o futebol de Itália e Japão, adversários do
Brasil na primeira fase da Copa das Confederações, ele ressaltou a
qualidade do jogador do Milan.
– Balotelli é um grande jogador. Sou fã e me tornei amigo do Balotelli
após a partida contra a Itália. É uma grande pessoa. É um cara que eu
sempre vi jogar, sempre admirei dentro de campo. Desejo sorte na
competição, menos contra o Brasil. É um dos melhores do mundo.
Em relação ao Japão, Neymar falou do crescimento da equipe, rival do
Brasil na estreia da Copa das Confederações, no sábado, às 16h (de
Brasília), em Brasília.
– O futebol do Japão está evoluindo. É uma grande seleção, com jogadores
como Honda e Kagawa. Todo mundo precisa ficar esperto com esses jogadores.
Vamos ver o que o Felipão vai nos passar sobre os japoneses.
Neymar brincou ainda ao revelar a preferência que tinha por um determinado
jogador do Japão nos videogames. O preferido do atacante era Hidetoshi
Nakata, já aposentado dos gramados.
– Jogava muito com ele nos videogames. Era um dos melhores. Na linguagem
dos games, ele era um jogador apelão.
Neymar falou ainda da diferença de atuar contra e clubes e seleções.
Segundo o atacante, até as movimentações em campo são diferentes.
– Já estou adaptado a esse estilo de jogo. Contra seleções, você tem pouco
espaço para ficar com a bola. Tem que pensar rápido. Você faz mais
movimentações sem a bola para abrir espaços para os companheiros. O espaço
aqui é diferente.
O atacante da seleção brasileira ainda foi questionado sobre o assédio dos
torcedores e da imprensa. Nesse momento, não alfinetou.
– Não me cansa, não atrapalha. É normal acontecer isso com alguns
jogadores. Sou um cara que não ligo muito para isso tudo. Nada tira o meu
foco, que é vencer a Copa das Confederações. Vou buscar jogar o melhor
futebol para a Seleção.
No próximo sábado, às 16h (de Brasília), o Brasil vai enfrentar o Japão,
no Mané Garrincha, em Brasília. A partida é válida pela Copa das
Confederações.