Lula diz que jogadores brasileiros ‘querem apagar 2006 da memória’

Em entrevista exclusiva ao Esporte Espetacular, presidente da República fala sobre Copa do Mundo, polêmica bola Jabulani, Dunga e muito mais

Por GLOBOESPORTE.COM – Brasília

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse em entrevista exclusiva ao “Esporte Espetacular” deste domingo que a grande missão da seleção brasileira na África do Sul é “apagar o vexame da Copa de 2006 da memória”. Há quatro anos, o Brasil perdeu para a França por 1 a 0 e foi eliminado nas quartas de final do Mundial da Alemanha. Em reportagem dos apresentadores Luís Roberto e Tiago Leifert, em Brasília, Lula falou sobre seleção brasileira, Mundial da África do Sul, Copa do Mundo 2014, Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro e muito mais.

Antes da viagem para a África do Sul, os jogadores brasileiros visitaram o presidente da República e receberam a “bênção” em Brasília. Lula lembrou o encontro com a delegação verde e amarela e disse que os jogadores precisam jogar pelo povo brasileiro, que, segundo ele, são as pessoas que mais sofrem durante a Copa do Mundo, assistindo aos jogos da seleção brasileira e torcendo por mais um título mundial.

Lula ainda brincou dizendo que a bola da Copa do Mundo – alvo de fortes críticas de várias seleções – deve ser muito boa. Ele afirmou isso depois de ver o gol de falta que Michel Bastos no amistoso contra o Zimbábue. O lateral brasileiro acertou um chutaço de fora da área e abriu o placar na vitória do Brasil na última semana.

Otimismo é a palavra que pode definir o sentimento do presidente em relação aos 23 jogadores que têm a difícil missão de representar o Brasil. Luíz Inácio acredita que o elenco já chega preparado ao Mundial africano. Principalmente os brasileiros que atuam no futebol internacional, como o capitão e camisa 6 do Internazionale de Milão, Lúcio, e o goleiro Julio Cesar, do mesmo clube. Mas nem só de “craques exportados” sobrevivem as esperanças de Lula. Quando o presidente falou em Robinho, deixa transparecer, além do apreço, uma crença na possível atuação do atacante na Copa.

– Acho que o Robinho está com cara de que quer fazer desta Copa a Copa dele. E pode ser aquilo que Garrincha foi para o Brasil em 1962, no Chile, ou aquilo que Pelé foi em 1958 – afirmou Lula.

Embora demonstre satisfação com a escalação de Dunga, o presidente revelou um desejo comum ao de milhões de brasileiros: Ronaldinho Gaúcho. Lula colocou como indubitável a competência do jogador e afirmou que Ronaldinho não precisa provar isso para ninguém.

Quando a pergunta é sobre favoritismo, Lula descartou as chances da Espanha, mesmo que tenha que discordar do amigo, o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero.

– A Espanha não tem história de Copa do Mundo. Uma coisa é disputar Campeonato Europeu, outra é jogar Mundial.

Na sua viagem para a África do Sul, o otimista Luíz Inácio Lula da Silva, garantiu que irá levar com ele um protetor auricular, devido ao som ensurdecedor das vuvuzelas. O presidente contou ainda que, caso haja alguma dificuldade de conciliação entre o horário dos jogos e sua agenda, não haverá problema. Ele costuma assistir aos jogos pela internet, acoplando um computador a uma televisão. Lula acredita na importância de comparecer aos estádios e encerrou dizendo que ao fim do seu mandato estará de volta às arquibancadas.

Sobre a chance de ser presidente de Vasco ou Corinthians ao fim do seu mandato como presidente da República, Lula sorriu e negou a possibilidade de virar um “cartola” do futebol brasileiro.

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