Mineirão: Enfim, festa dentro de casa

Uma frustração acompanhou o futebol mineiro até o início dos anos 90. Nenhum clube do estado havia conseguido uma vitória de âmbito nacional ou internacional dentro do Mineirão. Lá, o Cruzeiro perdeu a decisão do Mundial Interclubes de 1976 para o Bayern e o Atlético desperdiçou a possibilidade de ganhar o Campeonato Brasileiro de 1977. A partir de 1991, porém, a história mudou e cruzeirenses e atleticanos começaram a castigar os adversários que caíram em seus domínios.

Quem deu as provas de que o novo tempo havia chegado foi o Cruzeiro, nas finais da Supercopa Libertadores de 1991. Após perder de 2 x 0 para o River Plate, em Buenos Aires, o time de Marco Tilico e Charles aniquilou os argentinos com 3 x 0 dentro de casa. O resultado fez as arquibancadas vibrarem assistindo pela primeira vez a um capitão cruzeirense erguer uma taça internacional no Estádio Magalhães Pinto. No ano seguinte, na campanha do bicampeonato do torneio, a goleada foi ainda maior: 4 x 0 contra o Racing. Mas dessa vez a posse do troféu só se confirmou na Argentina, mesmo com uma derrota por 1 x 0 – o time brasileiro foi beneficiado pelo melhor saldo de gols.

Os atleticanos viveram a experiência semelhante nas finais da Taça Conmebol de 1002; Venceram o Olímpia do Paraguai por 2 x 0 em Minas Gerais e asseguraram ali a vantagem para o segundo jogo. Uma derrota por 1 x 0 já garantiria o troféu. E foi exatamente o que ocorreu. O gol de Caballero no último minuto provocou um susto nos atleticanos, mas a vitória no jogo do Mineirão já havia segurado o primeiro título internacional da história alvinegra.

Daqui para a frente, ninguém tem mais dúvidas. Quem disputar ima decisão contra um dos clubes de Minas dentro do Estádio Magalhães Pinto não terá sorte. Por isso a expectativa é de mais e mais títulos para cruzeirenses e atleticanos.

QUANDO A TAÇA FICA EM MINAS

Roberto Gaúcho comandou a festa do Cruzeiro (acima), bi da Supercopa em 92. No ano anterior, a raposa havia vencido o River Plate por 3 x 0, quebrando um tabu: foi a primeira conquista interestadual de um time mineiro no estádio. O Galo de Paulo Roberto faturou a Conmebol, em 92, graças ao 1 x 0 em casa contra o Olímpia.

ESTES QUASE CHEGARAM LÁ

EM 1976, quando disputou o título mundial interclubes em casa, contra o Bayern, da Alemanha, o Cruzeiro desperdiçou a maior chance de quebrar a maldição que impedia os times de Minas de festejar um título que não fosse o estadual no Mineirão. A Raposa, que pouco antes havia faturado a Libertadores derrotando o River, não teve a mesma sorte, empatando em 0 x 0 e perdendo o título, já que os alemães haviam ganho por 2 x 0 em Munique. O time: Darci Menezes, Piazza, Moraes, Nelinho, Vanderlei e Raul; Eduardo. Zé Carlos, Palhinha, Jairzinho e Joãozinho.

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