Mucho Maney

Por Maurício Neves

 Tão curta é nossa memória e, logo, logo, ninguém lembrará de Nunes, o João Danado. Nunes foi – pelo estilo e pelo físico – o Oséas da década de 80, que encaixou-se esplendidamente no time do Flamengo campeão mundial. É verdade que diferenciava-se de Oséas na cor e títulos, tantos que o nove palmeirense dificilmente terá oportunidade de igualar. Nunes marcou os gols que decidiram dois campeonatos brasileiros, um estadual e um mundial interclubes, além de ter sido destaque na Libertadores conquistada pelo Flamengo. Jogou ainda por Santa Cruz, Fluminense, Botafogo, Santos e Volta Redonda, mas foi mesmo na Gávea que acumulou glórias e histórias que enriquecem o folclore do futebol brasileiro. Esta que conto agora aconteceu no auge da centenária trajetória rubro-negra. O Flamengo era o melhor time do Brasil em 1982. Vários jogadores rubro-negros foram testados por Têle Santana na Seleção Brasileira. Além de Zico, Júnior e Leandro, que foram titulares na Copa, Tita, Vítor e Adílio figuraram nos amistosos. Nada de Nunes, o goleador, o artilheiro das decisões. Serginho Chulapa  foi o camisa nove e a Itália levou a Taça. Depois da Copa, o Flamengo preparava-se para enfrentar o River Plate pela Taça Libertadores da América. Certo dia, após um treino na Gávea, uma equipe da televisão argentina que acompanhava os trabalhos rubro-negros aproximou-se de Nunes. Interpelado pelo repórter, que implorava uma explicação para a ausência dele no Mundial, o Japão mandou ver num english-portunhol: ´´La question és que hay mucho money en la jogada, compriendes?“

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