Texto de Idiná de Almeida, do Diário Mercantil de 19 de abril de 1983

A entrevista de Mário, aos 11 anos:

O juizforano Mário Helênio de Lery Santos teve o privilégio de ser “o mais jovem jornalista do Brasil” a entrevistar o ex-Presidente, fato que mereceu uma reportagem no jornal “O Globo”. A entrevista aconteceu no Palácio do Catete e o repórter tinha apenas 11 anos de idade. Mário Helênio havia ido ao Rio de Janeiro em um Congresso Nacional de Jornalistas, integrando a comitiva de Juiz de Fora e teve a oportunidade de fazer parte do grupo que foi ao catete visitar o chefe da nação. Lá, aproveitando o fato de seu pai, Jarbas, ser amigo pessoal de Getúlio (mais tarde ele seria, inclusive, o coordenador da campanha do “queremismo” em Minas) Mario Helênio, hoje às portas dos 60 anos e repórter do Diário Mercantil”, entrevistou o presidente. Eis seu relato: “Sinceramente não sei como me portei ao lado do Presidente Vargas naquele encontro, mas posso garantir que as perguntas que fiz foram respondidas na hora, ditadas pelo próprio Presidente, que me emprestou sua caneta. Não sei, por nervosismo, quebrei a ponta de meu lápis na hora. Quinze dias depois ele mandou pelo meu pai a fotografia que foi tirada na ocasião e publicada no Globo”. “A verdade é que, desde então, passei a ter por Getúlio Vargas a maior admiração, mesmo porque, nos anos seguintes sua amizade com meu pai se solidificou de forma positiva. Muita gente daquela época sabe disso, como sabem também das razões que influiram, anos mais tarde (já no fim da década de 40) no estremecimento político dos dois – papai e Vargas – uma das quais, a inveja que muitos tinham das relações afetivas entre eles. Os elementos da cúpula do Governo não admitiam que um pobrpe e modesto jornalista do interior – como era meu pai – fosse tão considerado pelo presidente e recebido sem hora marcada de audiência. Passados mais de quarenta anos daquela entrevista, Mario Helênio guarda a maior emoção. Para ele, Getúlio Vargas foi um “governante adorado pelo povo e um estadista respeitavél, até mesmo por aqueles que jamais concordaram com sua forma de dirigir o país, mas que sempre viram nele um ídolo das massas e o verdadeiro líder dos trabalhadores.

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