1ª fase Copa das Confederações 2013 – 1ª rodada – Brasil 3×0 Japão

A seleção brasileira parece ter encontrado o antídoto certo contra as
vaias: rapidez. Depois de ser vaiada na maioria dos jogos que fez em solo
brasileiro nos últimos tempos, havia uma preocupação de Felipão para a
estreia na Copa das Confederações, em Brasília, neste sábado. Mas com dois
gols relâmpagos, um no começo do primeiro tempo e outro logo no início da
etapa final, a Seleção venceu o Japão por 3 a 0, completando o placar nos
acréscimos, e começou bem a disputa pelo tetracampeonato do torneio.
Os primeiros gols do triunfo verde e amarelo, coincidentemente, saíram dos
pés dos dois principais jogadores do futebol brasileiro na atualidade.
Recém-negociado com o Barcelona, Neymar fez um golaço aos três minutos de
jogo, acabando com um jejum de nove partidas sem marcar. Na mira do futebol
europeu, o volante corintiano manteve seu faro de goleador e ampliou aos
dois do segundo tempo. O terceiro saiu dos pés de Jô, convocado às pressas
para o lugar do cortado Damião. A fragilidade do Japão, pouco combativo,
facilitou para o time de Felipão.
Mais solto do que nas outras partidas, Neymar conseguiu “brincar” mais de
jogar bola. Mas ainda falta ao craque uma atuação igual diante de um
adversário mais forte, muito embora o Japão, além do Brasil, seja a única
seleção classificada para a Copa do Mundo de 2014. No mais, o de sempre.
Boa atuação de Fred, disposição de Hulk e gritos por Lucas, definitivamente
o maior xodó da torcida verde e amarela.

Neymar festeja seu gol, logo no início da partida

A seleção brasileira volta a campo pela Copa das Confederações na próxima
quarta-feira, às 16h, contra o México, no estádio Castelão, em Fortaleza. A
terceira e última partida da primeira fase será dia 22, contra a Itália, em
Salvador.

Golaço põe fim a jejum de Neymar
Abraçados, os jogadores da seleção brasileira ouviram atentamente o hino
nacional, entoado em coro também pela torcida. Alguns acompanharam, outros
estavam com os olhos marejados, caso de Julio César, ou fechados, como
Thiago Silva. Mas quem mais chamou a atenção foi Neymar, pelo semblante
sério, carrancudo.

Abraçado a Fred e Thiago Silva, Julio César se emociona durante o hino
brasileiro

A seriedade, porém, não tinha nada a ver com braveza. Mas sim com
concentração. Algo que Neymar precisava para encerrar o jejum de nove jogos
sem balançar as redes. E a incômoda sequência acabou com apenas três
minutos de bola rolando na Copa das Confederações – recorde em uma abertura
do torneio.
Marcelo deu belo lançamento para Fred. O atacante tentou matar no peito e
acabou ajeitando para Neymar bater de primeira e ver a Cafusa, a bola da
competição, entrar no ângulo esquerdo de Kawashima. Golaço! Do banco de
reservas, o técnico Felipão, o maior protetor do jogador do Barcelona nas
últimas semanas, comemorou: “Tá lá!”.

Titulares e reservas festejam o gol de Paulinho

Pouco depois do gol, as redes sociais já mostravam as vibrações de famosos
pelo fim do jejum do craque. Robinho, Adriano e até Balotelli… Todos
felizes com a volta da fase artilheira do principal jogador do Brasil. Mais
solto do que nos amistosos contra Inglaterra e França, Neymar participou
bem do primeiro tempo.
Mas não ganhou destaque sozinho. Muito embora a Seleção parecesse
vulnerável na defesa em algumas oportunidades (Julio César soltou duas
bolas), os laterais apoiaram, os volantes marcaram e subiram, os meias se
movimentaram e os atacantes foram os maiores protagonistas dos primeiros 45
minutos.

Jô beija a camisa: atacante entrou e deixou sua
marca na vitória brasileira

Hulk e Fred procuraram o gol o tempo todo. O primeiro com seus fortes
chutes e as suas investidas pelas pontas. E o jogador do Fluminense com
ótimo posicionamento, passes precisos e finalizações que pararam no goleiro
Kawashima., como aos 42 minutos, na mais clara das chances depois do gol
relâmpago. Marcelo interceptou jogada dos japoneses no meio de campo (na
realidade, a bola atingiu as partes baixas do lateral) e parou em Fred. O
atacante tabelou com Neymar e recebeu de volta mais adiante. O chute
cruzado, defendido pelo goleiro do Japão, encerrou a etapa inicial, na qual
o Brasil foi melhor. Mas ainda tímido.
Paulinho = gol
Se Neymar precisou de três minutos para acabar com seu jejum, Paulinho
necessitou de apenas dois na etapa final para voltar à rotina de gols. Após
cruzamento de Daniel Alves pela direita, o volante do Corinthians dominou
na grande área e bateu forte para ampliar a vantagem do Brasil diante do
Japão.
Foi o quarto gol de Paulinho com a camisa da seleção brasileira. Agora
faltam três para que ele se torne o volante com o maior número de gols pelo
Brasil. A lista é encabeçada por cinco jogadores, todos com seis gols. São
eles Dunga, Alemão, Emerson, César Sampaio e Falcão.
A atuação da seleção brasileira nessa estreia talvez tenha sido a mais
segura da era Felipão – a mais vistosa, provavelmente, foi no primeiro
tempo do empate por 2 a 2 contra a Itália, em Genebra. Muito pela fraqueza
do Japão, primeiro classificado para a Copa do Mundo de 2014. Os japoneses
pouco ameaçaram a Seleção.

Pouco mesmo. Dono do jogo, o Brasil controlou todas as ações. E botou em
prática os treinamentos de finalização aplicados por Felipão durante a
semana. Para melhorar a pontaria e o poder de fogo da equipe, o treinador
insistiu por vários dias nesse tipo de atividade. Funcionou.
Outra coisa que deu resultado (mais uma vez) foram os gritos da torcida
por Lucas. Tímidos no primeiro tempo, eles se tornaram mais fortes na etapa
final. E aos 28 minutos, Felipão atendeu e colocou o meia-atacante do Paris
Saint-Germain no lugar de Neymar. Misto de vaias e aplausos.
Não houve mistura, no entanto, quando Hulk deu lugar a Hernanes.
Normalmente vaiado nos jogos no Brasil, o atacante do Zenit deixou o campo
sob (merecidos) aplausos. As alterações deixam claras as intenções de
Felipão com Lucas e Hernanes. Os dois parecem mesmo ser as primeiras opções
no banco de reservas.
Com a vitória definida e gritos de olé da torcida, a seleção brasileira
diminuiu aos poucos o ímpeto ofensivo. O Japão, muito cansado, não oferecia
mais resistência e dava cada vez mais espaço. Tanto que ainda deu tempo
para mais um gol: em rápido contra-ataque, aos 48 minutos, Oscar partiu em
velocidade e acertou um passe milimétrico para Jô, que bateu na saída de
Kawashima para definir o placar.

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