Não teve invencibilidade, não teve tradição, não teve pênalti e nem gol mal anulado que fizesse o Atlético-GO perder o título do Campeonato Goiano. Tudo levava a crer que a taça ficaria nas mãos do rival Goiás, que não tinha perdido nenhuma partida na competição. O retrospecto ainda jogava a favor do Alviverde, que tinha vantagem do empate para ser tricampeão de forma consecutiva, mas o destino mostrou que a taça deveria ser rubro-negra.

Se os últimos oito clássicos haviam terminado empatados, o Dragão só conquistaria seu 13º estadual se quebrasse tal escrita. E coube a Lino, de forma cruel, estufar as redes esmeraldinas para fazer a galera atleticana soltar o grito de campeão. O zagueiro marcou de cabeça, no último minuto, e não deu chances de reação ao adversário. Para ser campeão, o Atlético-GO já tinha superado gol mal anulado de Juninho, no segundo tempo, e o goleiro Márcio ainda precisou defender pênalti cobrado por Araújo.
O jogo do título rubro-negro
Sem conseguir trocar passes simples, o Atlético-GO começou o jogo em ritmo lento e sofreu com jogadas agudas do Goiás pelas duas pontas, explorando as costas dos laterais Pedro Bambu e Thiago Feltri.
Mais ligado em campo e ganhando praticamente todas as divididas, o Alviverde envolvia o adversário com facilidade. Em um vacilo rubro-negro, a bola sobrou livre para Thiago Mendes, que invadiu a área e só não abriu o placar porque optou por chutar com força ao invés de deslocar Márcio. Resultado: acabou isolando.
Tantos erros bobos deixaram Marcelo Martelotte irritado à beira do gramado. Insatisfeito com a postura da equipe, o técnico atleticano passou boa parte do primeiro tempo gritando e gesticulando com os jogadores. Aos poucos, as instruções começaram a surtir efeito, e o Dragão foi se encontrando em campo. Júnior Viçosa teve chance parecida com a de Thiago Mendes, mas também mandou por cima. Juninho era bastante acionado pela ponta direita, mas não conseguia dar prosseguimento às jogadas ofensivas.

Do outro lado, Claudinei Oliveira acompanhava de forma mais contida o Goiás. Como o empate servindo para ser campeão, o time esmeraldino se segurava atrás, apresentando a nítida proposta de explorar contra-ataques, que nem sempre se concretizavam. Abertos nas pontas, Araújo e Rychely pouco participaram. Thiago Mendes, por sua vez, esteve discreto no papel de fazer a ligação entre defesa e ataque na hora da transição. O intervalo chegou com o placar inalterado. Resultado, porém, ia garantindo o título ao Alviverde.
Gol no fim e título emocionante
Ciente da necessidade de agredir mais, o Atlético-GO voltou com Eusébio no lugar de Léo. Uma mudança testada por Martelotte durante a semana e que visava dar mais agilidade ao meio de campo rubro-negro. Outra tentativa do treinador foi inverter os lados de atuação de Juninho, que foi para a ponta esquerda explorar os espaços de Vitor, e Jorginho, que passou para a direita, nas costas de Lima. Com a missão de ser o grande articulador do time, no entanto, Fábio Lima falhava e não conseguia chamar a responsabilidade.
A resposta do Goiás era por meio de contragolpes em velocidade. De um deles nasceu um cruzamento no qual Artur colocou a mão na bola, e o árbitro Wilton Pereira Sampaio (Fifa/GO) anotou pênalti. Na cobrança, Márcio cresceu para cima de Araújo e defendeu chute rasteiro em seu canto esquerdo, mantendo o Dragão vivo na partida. Já sem Fábio Lima, substituído por Diogo Campos, a equipe atleticana chegou ao gol com Juninho.
No entanto, o assistente assinalou impedimento do atacante de forma equivocada. A partir daí, o confronto ficou aberto. Enquanto o Rubro-Negro tentava impor pressão, o Alviverde saía só quando tinha espaço, mas sempre levando perigo. A torcida do Goiás já gritava “é campeão!” quando Diogo Campos acertou o travessão. Mas quem comemorou mesmo foi a torcida do Atlético-GO. Aos 48 minutos, Lino subiu mais alto após cobrança de escanteio e impôs ao Goiás a primeira derrota no Goiano. Derrota que foi fatal. O título é do Dragão!
