Atlético-MG: Galo evita fiasco, vence Guangzhou e fica em terceiro lugar no Mundial

Uma vitória de virada, um gol quase no final, uma torcida apaixonada cantando o hino do time, Ronaldinho ovacionado. O cenário dos sonhos do Atlético no Marrocos efetivamente aconteceu neste sábado, mas com o maior dos poréns: foi na disputa do terceiro lugar, não do título. O Galo venceu o Guangzhou Evergrande, da China, por 3 a 2 e ficou com um prêmio de consolação no Mundial de Clubes de 2013. Diego Tardelli, Ronaldinho Gaúcho e Luan fizeram os gols do time brasileiro. Muriqui e Conca marcaram para a equipe chinesa.

Na despedida de Cuca, o Atlético foi burocrático, mecânico. Escancarou sua tristeza e chegou a ser envolvido pelo adversário. Quase criou um fiasco – correu sério risco de perder. Mas saiu com o mínimo que se esperava dele, o terceiro lugar.

Destaque para Ronaldinho, autor de um gol e idolatrado pela torcida, mas expulso de campo pouco antes do gol de Luan, aos 45 minutos do segundo tempo. A entrada do atacante, por sinal, foi determinante para a vitória. Ele deu novo ritmo ao ataque e fez o gol decisivo.

Jogadores do Atlético festejam o gol de Ronaldinho Gaúcho contra o Guangzhou Evergrande

Feito um velório

“Eu quero é raça. Do time todo”. O canto da torcida do Galo pouco antes de começar a partida contra o Guanghzou evidenciou o sentimento dos atleticanos depois da derrota para o Raja. Mas o pedido não foi exatamente atendido. O time brasileiro foi a campo no primeiro tempo como se carregasse um cartaz onde estivesse desenhada sua depressão, fantasiada de desinteresse.

Houve um momento emblemático. Aos 32 minutos, irritado com o rendimento da equipe, Cuca mandou os reservas para o aquecimento. Eles quase engatinharam para trás do gol. Caminharam como se estivessem em um velório. Estava na cara que eles queriam estar em qualquer lugar do mundo, menos ali, remoendo a derrota anterior em um jogo que pouco valia.

Mas valia a dignidade de um clube com mais de 100 anos e o respeito a uma torcida que cruzou um oceano por causa dessa paixão. E o rendimento do time nos 45 minutos iniciais não foi compatível com isso. O início até foi animador, com gol de Diego Tardelli logo a dois minutos – aproveitando cruzamento de Marcos Rocha. Mas o Galo conseguiu levar uma virada.

O Guanghzou empatou pouco depois, aos oito minutos. Foi uma jogadaça de Elkeson. Depois de falha de Marcos Rocha e Leonardo Silva, ele desarmou, avançou pela esquerda e mandou uma bomba no travessão. A bola quicou sobre a linha. No rebote, Muriqui, ex-jogador atleticano, completou. Aos 14, a situação piorou. Lucas Cândido fez pênalti em Goa, e Conca acertou a cobrança: 2 a 1.

Marcos Rocha e Muriqui, autor do primeiro gol do Guangzhou, disputam a bola em Marrakesh

O time chinês teve mais de posse de bola (53% a 47%) e mais chances de gol do que o Galo no primeiro tempo. Uma falta cobrada por Conca e o surgimento de Muriqui livre na área poderiam ter resultado em outro gol do Guanghzou, mas Victor defendeu ambas. A resposta atleticana ocorreu com duas cobranças de falta de Ronaldinho. A primeira foi defendida pelo goleiro Li. A segunda entrou. Aos 45 minutos, o craque aproveitou a proximidade com a meta e encaixou a cobrança, realizada quase em cima da linha da área. Foi ovacionado pela torcida – mais pelos marroquinos do que pelos brasileiros. Dançou, fez uma saudação ao público e logo depois foi para o vestiário batendo no peito, sobre o escudo do Galo.

Pouco futebol, Ronaldinho expulso e vitória no fim 

O Guanghzou voltou para o segundo tempo melhor do que o Atlético. Teve duas grandes chances de gol: primeiro, quando Conca aproveitou trapalhada de Marcos Rocha e Réver e chutou por cima do gol, livre; depois, quando Elkeson mandou cabeceio no travessão.

Cuca resolveu mexer no time. Colocou Luan no lugar de Jô. Mas o Galo seguiu lento, adormecido – e dominado pelo adversário. Mesmo assim, Ronaldinho quase fez outro. Luan apareceu bem pela direita e cruzou. A bola passou por Jô e chegou ao camisa 10, que concluiu. Kim cortou quase sobre a linha.

Na parte final do segundo tempo, o Galo melhorou – em grande parte graças a Luan. Ronaldinho se apresentou para o jogo e, com jogadas de efeito, mexeu com o público. Mas acabou expulso. Quase no fim do jogo, depois de sofrer uma falta, ele prendeu a bola entre as pernas e levou um chute do adversário. Retribuiu jogando as duas pernas nele. Levou o vermelho direto. Foi muito aplaudido e teve o nome gritado ao sair de campo. Mesmo com um a menos, o Atlético chegou à vitória já nos acréscimos, com Luan, impedido, depois de bonito passe de Tardelli.

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