Corinthians: Tragédia na Libertadores

A TRAGÉDIA

A partida de estreia do Corinthians na Taça Libertadores da América de 2013, dia 20 de fevereiro, foi marcada por uma tragédia. Torcedores corintianos atiraram um sinalizador em direção da torcida do San José, da Bolívia, atingindo um garoto de 14 anos, que morreu. O jogo foi na Bolívia, terminou empatado em 1 a 1 e o fato gerou grande revolta dos bolivianos, com o Timão correndo risco de ser afastado da competição como punição pela Confederação Sul-Americana de Futebol.

PUNIÇÃO

A Confederação Sul-Americana de Futebol, diante dos fatos ocorridos na Bolívia, decidiu punir o Corinthians com a proibição de entrada de seus torcedores em jogos da Libertadores, dentro e fora do Brasil. O clube prometeu recorrer. A embaixada do Brasil entrou em ação no sentido de acompanhar o tratamento dado pelos bolivianos aos corintianos presos. A mulher de um deles alertou para o risco que os torcedores brasileiros estão correndo na sela.

JOVEM SE ENTREGA

O advogado da Gaviões da Fiel, Ricardo Cabral, disse  domingo, dia 24 de fevereiro, ao Esporte Espetacular, que o menor H. A. M., de 17 anos, vai se entregar nesta segunda-feira à polícia. Segundo Cabral, o menor foi o responsável pelo disparo do sinalizador marítimo que atingiu e matou o garoto Kevin Beltrán Espada, de 14 anos, na última quarta-feira, durante a partida entre San José e Corinthians, em Oruro, na Bolívia.

O menor brasileiro se entregará na Vara da Infância e da Juventude, no centro de Guarulhos. O advogado contou que o garoto está em choque e pensou em se entregar ainda na Bolívia, mas líderes da Gaviões preferiram que ele voltasse ao Brasil antes, já que fez a viagem com a torcida e, por isso, estaria sob responsabilidade da organizada.

Ricardo Cabral também afirmou que a mãe do menor avisara o filho que o entregaria à polícia caso ele não o fizesse por vontade própria. Depois de dar seu depoimento, o menor deve ser liberado, de acordo com o advogado. Cabral também afirmou que H.A.M. é sócio da Gaviões da Fiel há dois anos, comprou os sinalizadores em São Paulo e os levou à Bolívia sem consentimento da organizada. O disparo, segundo ele, aconteceu quando ele tentava aprender a manusear o artefato.

LIMINAR PARA 4 TORCEDORES

O Corinthians não teme represálias da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) por conta da entrada de quatro torcedores que conseguiram liminares e assistiram à vitória por 2 a 0 sobre o Millonarios, da Colômbia, no estádio do Pacaembu, mesmo com a decisão da entidade de vetar a Fiel por, pelo menos, 60 dias. O órgão puniu o clube porque torcedores corintianos foram responsabilizados pela morte do jovem Kevin Estrada, de 14 anos, em jogo do Timão contra o San José, em Oruro, Bolívia. O diretor jurídico do Timão, Luiz Alberto Bussab, confia no respaldo da Polícia Militar para provar que a decisão de permitir o ingresso do quarteto ao local não foi decisão do Corinthians.

Principal envolvido nas discussões com a Conmebol nos últimos dias, Bussab afirmou que os policiais incluirão em seu relatório sobre a partida que a justiça brasileira foi a única responsável pela quebra da punição, uma vez que o Timão nada podia fazer a não ser acatar e abrir uma exceção para os quatro torcedores em questão.

BOLSA INTEGRAL PARA JOVEM

O adolescente que assumiu a autoria do disparo do sinalizador que matou Kevin Espada ganhou bolsa integral para cursar o ensino superior. Ele terminará o ensino médio neste ano e, em 2014, poderá começar uma faculdade da zona leste, no curso que desejar, sem pagar. A Gaviões da Fiel foi a responsável por barganhar a bolsa. A organizada também não terá custo –o benefício foi concedido pela instituição de ensino.

SEGREDO

O nome da universidade que concedeu a bolsa é mantido em sigilo pela Gaviões porque há o receio de que o jovem sofra retaliações de outros alunos. A universidade também tem medo que protestos sejam feitos para impedir que a bolsa seja dada ao garoto.

TENTATIVA

O Tribunal Departamental, a Justiça da região de Oruro, julga amanhã um recurso em relação aos 12 corintianos presos na cidade, pedindo liberdade provisória. Argumenta-se que não houve flagrante do crime e que os torcedores foram presos aleatoriamente.

RESIDÊNCIA FIXA

Caso tenham seus recursos deferidos, os corintianos terão que permanecer na Bolívia. A Gaviões, aliás, já alugou uma casa em Cochabamba –pagou três meses de aluguel para alegar que eles não têm intenção de fugir do país.

CONMEBOL MUDA PUNIÇÃO

Após julgamento na tarde desta quinta-feira, a Conmebol comunicou que a punição ao Corinthians de jogar com portões fechados como mandante na Libertadores foi revogada. Com isso, o Timão poderá ter torcida já no próximo jogo, na quarta-feira, contra o Tijuana, no Pacaembu. Em contrapartida, o clube recebeu multa de 200 mil dólares (R$ 400 mil) e sua torcida não poderá comparecer a jogos fora de casa pelos próximos 18 meses

A decisão, que deveria ter saído na quarta, foi adiada para esta quinta pelo Comitê Disciplinar da entidade sul-americana. O órgão foi formado pelo uruguaio Adrián Leiza, o colombiano Orlando Morales e o chileno Carlos Tapia. O presidente, Caio Cesar Vieira Rocha, por ser brasileiro, não participou do julgamento. (Lancenet – 07/03)

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