Globo Esporte

O Globo Esporte teve sua primeira exibição em 14 de agosto de 1978. O site Memória Globo destaca que “ao longo de sua trajetória, o Globo Esporte pode ser definido como uma mistura de informação e entretenimento. A pauta passou a abordar reportagens curtas sobre times e atletas, os resultados, os melhores lances e jogos e campeonatos; além de procurar o lado inusitado do fato esportivo”.

Léo Batista, um dos mais conhecidos jornalistas esportivos e apresentadores do programa, revelou como foi o surgimento do Globo Esporte.

“Ah, a história é simples. Havia um torneio chamado Copa Brasil, não é a Copa do Brasil, Copa Brasil, que a Globo cobria e tinha um programa aqui, né, nesse mesmo horário e tal , pouco antes do almoço ou na hora do almoço, enfim. Aí o Boni reunido, falou “Não, vamos fazer melhor”. O programa era Copa Brasil, mas era só o futebol, era só a Copa. “Nós vamos fazer um programa, um pouquinho maior cobrindo todos os esportes, mas basicamente o futebol”.  “Então, a partir de amanhã, já…” Então, falei “opa, todo mundo empregado, vamos trabalhar”. E como é que vai ser o nome do programa e tal? Tinha que ter o nome. Aí pensa daqui, pensa de lá, mil sugestões, tal, nada emplacou. Aí o Boni falou “Bota aí Globo Esporte e depois a gente vê” (LEO BATISTA 80 anos. In SPORTV REPORTER, 10/11/12).

Léo Batista apresentando umas das edições do Globo Esporte dos Anos 80

Os blocos locais no Globo Esporte surgiram nos anos 80. Em 1986, o programa teve duração ampliada para 30 minutos e, em 1999, um corte de dez minutos. Em 2007 foi lançado o projeto de Globo Esporte Nacional, realizado pela equipe do Rio de Janeiro, com matérias vindas das afiliadas no país, o que durou até 2009, quando foi retomado o formato de regionalização. Foi quando foi introduzido o projeto idealizado por Tiago Leifert.

A história do Globo Esporte registra como primeiro grande evento coberto pelo programa os Jogos Olímpicos de Moscou, em 1980. Dois anos depois, na Copa do Mundo da Espanha, a direção da Globo optou por substituir o Globo Esporte por um bloco inteiro dentro do Jornal Hoje. Roberta Oliveira (2013), em sua dissertação de mestrado, comenta que o Memória Globo oferece indícios  de que, na década de 1980, a Divisão de Esportes passou por uma série de mudanças.

As notícias esportivas ganharam espaço nos diferentes telejornais da emissora, a área recebeu mais recursos e novos profissionais foram contratados. Essas mudanças influenciaram diretamente o Globo esporte (sic). As matérias se tornaram mais elaboradas, passaram a apresentar mais entrevistas e buscavam explorar a trajetória pessoal dos atletas, mostrando suas limitações, obstáculos e desafios.

(…)

Em meados da década de 1980, Leonardo Gryner assumiu a direção de esporte da TV Globo. Ele promoveu uma série de mudanças, que também influenciaram o programa. O Globo esporte ampliou sua cobertura, deixando de tratar apenas de temas relacionados ao futebol, e começou a adotar uma linha mais irreverente, possibilitando uma interação maior com a área de criação. As reportagens passaram a utilizar recursos como animação, grafismo e vinhetas especiais. Nesse período, um repórter que se destacou foi Márcio Canuto. Ele começou no Globo esporte fazendo exatamente essas matérias com um tom descontraído e de humor (MEMÓRIA GLOBO, acesso pela internet).

A partir de 1983, o Globo Esporte passou a ser exibido aos sábados e também apresentou como novidade o fato de ter dois blocos apresentados em rede e um local. Três anos, o programa passou a utilizar a interatividade com o telespectador. Segundo o site Memória Globo, isso era feito através de um quadro chamado Tele-resposta, onde o público respondia a enquetes no “sim” ou “não”. Ainda em 1986, informa o site, que o Garotinho José Carlos Araújo começou a apresentar o programa nas terças, quartas e sextas, dando palpites e dicas sobre o futebol carioca.

Em 1998, ano de Olimpíadas de Seul, o programa sofreu mudanças no tempo (ampliado para 45 minutos) e também no cenário, focado na competição. Esse período marca também o interesse da emissora pela cobertura do vôlei.

Em abril de 1984, a TV Globo transmitiu com exclusividade, diretamente de Havana, uma partida entre as seleções masculinas do Brasil e de Cuba. A partida é considerada um marco, porque foi a primeira transmissão da televisão brasileira ao vivo de Cuba para o Brasil. O repórter Luiz Fernando Lima acompanhou a sequência de jogos, que foram disputados em diversas cidades da ilha (MEMÓRIA GLOBO, acesso pela internet).

Além do vôlei, outro esporte que sempre apareceu no Globo Esporte foi a Fórmula Um, sempre com destaque para a trajetória dos pilotos brasileiros.

O início da carreira de Ayrton Senna e vontade do piloto brasileiro de competir na Fórmula 1 foram apresentados pelo repórter Ricardo Pereira em 1983. Outras imagens históricas do mundial de pilotos foram apresentadas no programa, como a da comemoração de Senna junto com a torcida, no Grande Prêmio do Brasil de 1993, e a do acidente que provocou a morte do piloto, no circuito de Ímola, na Itália.

O repórter Mauro Naves e o cinegrafista Wanderley Serbonchini fizeram uma matéria para o Globo esporte (sic), mostrando a última entrevista de Ayrton Senna no Brasil. Na reportagem, o piloto dirigiu um carro particular no autódromo de Interlagos para registrar os motivos pelos quais ele havia abandonado o Grande Prêmio do Brasil na temporada de 1994.

A notícia da morte de Ayrton Senna, no dia 1º de maio de 1994, teve destaque em todos os telejornais da TV Globo. Foi o repórter Roberto Cabrini que anunciou a morte do piloto. Às 13h40 de domingo (horário de Brasília), Cabrini informou: “Morre Ayrton Senna da Silva, uma notícia que a gente jamais gostaria de dar.” O Globo esporte (sic) acompanhou as investigações sobre as causas do acidente e a repercussão da morte do piloto. A emissora cobriu ao vivo o velório, o cortejo fúnebre rumo ao cemitério e o enterro de Ayrton Senna, no dia 5 de maio (MEMÓRIA GLOBO, acesso pela internet).

Em 1994, ano da Copa do Mundo dos Estados Unidos, a Globo já dispunha, segundo André Ribeiro (2007, p.279) de novos recursos tecnológicos. Começou a utilizar slow motion e touch screen, que permita aos comentaristas análise de jogadas e mais detalhes para o telespectador. Em 1997, é a vez o tênis ganhar espaço no programa, graças a Guga.

Em 1997, nas quadras de tênis de Rolland Garros, um dos torneios mais famosos do mundo, um brasileiro derrotou os favoritos da competição. Gustavo Kuerten encantou a platéia com as jogadas precisas contra os adversários, mas sua simpatia e irreverência também ajudaram a chamar a atenção do público e da imprensa estrangeira. O repórter Marcos Uchôa, que se encontrava na Europa, acompanhou o bom desempenho de Guga no torneio e foi para Paris fazer a cobertura das vitórias do tenista brasileiro. A partir de então, o Globo esporte (sic) pôs no ar diariamente a competição. Com a vitória de Gustavo Kuerten em Roland Garros e suas outras conquistas em torneios mundiais, o tênis conquistou espaço nos programas esportivos da emissora. Em junho de 2000, Guga venceu mais uma vez em Roland Garros e se tornou o tenista número um do mundo na corrida dos campeões. A matéria do repórter João Pedro Paes Leme mostrou a comemoração do tenista em Paris e a festa pela conquista do bicampeonato no torneio. Guga voltaria a ganhar novamente em Roland Garros, em 2001 (MEMÓRIA GLOBO, acesso pela internet).

Globo Esporte dos dias atuais, com apresentação de Tiago Leifert

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