O Gigante voltou: após mais de 1 ano, Inter revê Beira-Rio e goleia o Caxias

Após 447 dias recluso, convivendo apenas com sons de máquinas e operários, o Gigante acordou. O Beira-Rio está de volta. Novo, remodelado, padrão Fifa. E, depois de mais de um ano perambulando por estádios que não eram seus, o Inter tem casa de novo. E, em casa, quem manda é o Inter. O time de Abel Braga esteve à altura do palco e agraciou os 10 mil sócios colorados com um bom futebol. Venceu o Caxias com tranquilidade por 4 a 0, pela oitava rodada do Gauchão. Fabrício, duas vezes e Rafael Moura, outras duas, anotaram os gols da partida.

Desde o último jogo, na derrota para a Portuguesa por 2 a 0, ainda em novembro de 2012, a casa colorada ganhou cobertura nova, vestiários mais amplos, refletores mais potentes e até um gramado diferente. Mas, apesar de todas essas referências diferentes, o time se sentiu à vontade. Dominou completamente a partida e viu dois dos jogadores mais contestados do elenco brilharem. Fabrício e Rafael Moura, que já foram vaiados pela torcida, cravaram os seus nomes na história colorada como os primeiros artilheiros do novo Beira-Rio.

Com o resultado o Inter chegou aos 22 pontos, líder absoluto do Grupo A do Gauchão, com sete vitórias e apenas um empate. São 15 gols marcados e cinco sofridos, saldo de 10. Na próxima rodada, na terça-feira, os comandados de Abel recebem o Juventude, mas não no Beira-Rio. Mesmo que tenha o mando de campo, o clube não irá realizar o jogo no Beira-Rio e sim no Estádio do Vale, em Novo Hamburgo. Já o Caxias estacionou nos oito pontos e na quarta colocação do Grupo B. O próximo compromisso do time da Serra é na quarta-feira, no Centenário, diante do Grêmio.

O Beira-Rio volta a rugir

Antes de o árbitro Anderson Daronco apitar o início do jogo, com os jogadores prontos para o início do jogo, as 10 mil vozes espalhadas pela arquibancada inferior se multiplicaram. Os sortudos que conseguiram garantir presença depois de um concorrido check in fizeram o canto preencher todas as áreas ainda vazias do novo Beira-Rio. O barulho era alto, estridente e lembrava as maiores conquistas do Inter, embalas pelo “hit” Camisa Vermelha.

Jogadores do Inter comemoram com Fabrício o 1º gol do novo Beira-Rio

O contato com a velha-nova casa parece ter inflamado os jogadores. Logo no início da partida, o Inter partiu para cima do Caxias e passou a criar chances em sequência. Primeiro, Alan Patrick recebeu dentro da área e bateu forte, rasteiro, no canto, mas o goleiro Douglas salvou. Aos oito minutos, o mesmo Alan cobrou escanteio e Fabrício tocou de cabeça para outro milagre do arqueiro da Serra.

O Inter não saía do campo do Caxias e o gol não demoraria a sair. E não demorou. Aos 21 minutos, o chileno Aránguiz apareceu pela ponta direita e fez um cruzamento perfeito para Fabrício. O lateral, muitas vezes contestado pela torcida, meteu a cabeça na bola e deslocou Douglas para entrar na história do Inter e marcar o primeiro gol do novo Beira-Rio.

No embalo do grito da torcida, o Inter seguia senhor da partida. Aos 26 minutos, Rafael Moura ficou a centímetros de ampliar a partida. Ele foi cruzar na área, a bola desviou na defesa e matou o goleiro Douglas. Mansamente, ela passou raspando o travessão e não entrou. Se neste lance ela raspou o ponte, na chance seguinte, aos 29 minutos, a bola explodiu na trave, quando Alan Patrick recebeu na intermediária e sentou o pé, rasteiro.

Em meio aos ataques colorados, foi a vez de um elemento importante dar as caras no novo estádio. Por volta dos 35 minutos, a iluminação do Beira-Rio clareou o gramado em bom estado da casa colorada. O Inter ainda teve uma ótima chance em cobrança de falta, quase na risca da grande área, mas D’Alessandro cobrou na barreira. O placar da primeira etapa foi magro pela produção do Inter.

Para não deixar respirar

Se no primeiro tempo o Inter perdeu algumas chances e poderia ter ido para o intervalo com um placar mais dilatado, na segunda etapa o time de Abel veio para matar. Logo com um minuto de jogo, saiu o segundo gol. D’Alessandro serviu Aránguiz pela esquerda, que cruzou de novo com perfeição. Rafael Moura, outro jogador que sofre contestação da torcida, só empurrou para o gol de cabeça.

Rafael Moura abre os braços e comemora gol contra o Caxias

Mas o He-Man não se contenta com pouco. Aos 19 minutos, ele recebeu um lindo lançamento de D’Alessandro, invadiu a área e bateu de perna esquerda, cruzado, inapelável para o goleiro Douglas. Era o segundo dele, o terceiro do Inter, soberano e à vontade no novo Beira-Rio.

Perdido por três, perdido por quatro, pensou o Caxias. Depois do segundo gol de Rafael Moura, a equipe do técnico Picoli partiu para cima e até criou boas chances. Na melhor delas, o centroavante Lucão recebeu com liberdade na área, ajeitou a bola, mas mandou completamente torno, quase na bandeira de escanteio. Aos 34 minutos do segundo tempo, foi a vez de Mailson, que entrou no lugar de Julio Madureira. Ele invadiu a área e bateu forte para grande defesa de Muriel.

Com o resultado garantido, o técnico Abel Braga passou a fazer alterações na equipe. Jorge Henrique deu lugar a Otávio, o garoto Valdívia apareceu na vaga de Alan Patrick, e o zagueiro Ernando foi testado para a saída de Juan. E ainda deu tempo para fechar a noite de gala com mais um. Fabrício, de novo, já aos 45 minutos, bateu forte de fora da área, e o goleiro Douglas aceitou: 4 a 0.

Com o jogo já se encaminhando para o final, a torcida do Inter voltar a cantar. E com força. Colocou o pulmão para funcionar de novo. Era nítido. Eles estavam com saudades. Mas, a partir deste sábado, a ansiedade de rever o Beira-Rio vai se tornar rotina, Afinal, o Gigante voltou.

 

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