O lado vencedor: franceses dizem que Ronaldo estava normal em 1998

O ditado popular decreta que a história é sempre contada pela versão dos vencedores. Mas, no retrospecto do Brasil nas Copas do Mundo, as coisas mudam: a derrota da Seleção para a França em 1998 é lembrada no país ainda hoje pela convulsão de Ronaldo e a atuação apática do time comandado por Zagallo, o que gerou até teorias da conspiração sobre uma possível “venda” da partida, talvez a última grande tragédia brasileira em Mundiais. O ponto de vista dos carrascos, porém, é pouco conhecido.

Titular naquela partida, o ex-volante Christian Karembeu não sabia sobre as teorias que acusam o Brasil de ter “entregue” o jogo para a França. Incomodado com a questão, ele lembrou que isso afetaria também os jogadores franceses envolvidos no jogo.

– Essas teorias nunca chegaram ao nosso conhecimento na França. É algo impossível. Já havíamos vencido o Brasil em 1986, depois ganhamos novamente em 2006. São duas seleções muito boas. Não dá para acreditar nisso. Isso reduziria nossa vitória, nossas carreiras, não acho que o Brasil poderia fazer isso – disse o ex-jogador.

Segundo Karembeu, o título da França não foi por acaso. A equipe já vinha de boa campanha na Eurocopa de 1996, quando foi eliminada nos pênaltis nas semifinais, e tinha uma boa base, que, com uma preparação ideal para o Mundial, rendeu o fruto mais importante da história dos Bleus.

– Nós preparamos o time para fazer algo grande em casa. Na Euro de 1996, fomos eliminados, mas não perdemos para ninguém. Naquele momento, ganhamos confiança. Na nossa campanha até a final, não perdemos jogos. O Brasil chegou a ser derrotado pela Noruega – lembrou.

Para Petit, autor do terceiro gol que sepultou de vez as esperanças brasileiras, a desconfiança foi outro fator primordial para “fechar” o elenco durante a competição.

– Muitas pessoas não acreditavam em nós, disseram, antes do torneio, que não tínhamos chance de vencer. Mas conseguimos. Nós nos focamos como grupo, éramos muito unidos. Vimos que, fora do grupo, havia apenas inimigos. Queríamos provar no gramado que estas pessoas estavam erradas – contou o ex-volante.

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