Procurador denunciará racismo, e Esportivo pode perder três pontos

O ato de racismo contra Márcio Chagas da Silva na última quinta-feira poderá resultar em punição. Depois de o árbitro ter encontrado bananas no seu carro após a vitória por 3 a 2 do Esportivo sobre o Veranópolis, na Montanha dos Vinhedos, em Bento Gonçalves o procurador Alberto Franco vai oferecer denúncia contra o clube mandante da partida.

De acordo com Franco, a denúncia será feita ainda nesta sexta-feira, e o julgamento deverá ocorrer na próxima semana.

– Vamos oferecer denúncia contra o Esportivo ainda hoje. O clube será enquadrado no artigo 243-G, parágrafos 1º e 2 º de Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que prevê pena de multa e perda de pontos. São três pontos. Se for condenado, o clube perde esses pontos. Se for absolvido, não perde nenhum. Foram vários torcedores envolvidos nesse ato – explicou ao GloboEsporte.com.

Árbitro fotografou bananas em seu carro após o jogo

A direção do Esportivo se manifestou nesta quinta-feira por meio de uma nota oficial. No texto, o clube lamenta o ocorrido e diz que vai investigar as supostas atitudes racistas. Confira a nota:

“O Clube Esportivo Bento Gonçalves vem a público informar que está investigando as atitudes relatadas pelo árbitro Márcio Chagas da Silva, que no dia 05 de março de 2014 alegou ter recebido ofensas racistas durante a partida ocorrida contra a equipe do Veranópolis Esporte Clube.

De pronto, cumpre destacar que, caso tenham ocorridas tais situações, o Esportivo não medirá esforços para encontrar os causadores dessas ofensas.

Esportivo divulga nota contra o racismo e lamenta fato ocorrido com Márcio Chagas

O Clube, toda sua direção e equipe são completamente contra qualquer atitude ou manifestação de racismo e não medirá esforços para esclarecer os fatos.”

Ainda nesta quinta-feira, Márcio Chagas da Silva relembrou o episódio e se emocionou.

– Quando me deparei com meu veículo com as portas amassadas e bananas por cima… banana no cano de descarga… eu fiquei muito decepcionado por ser tratado dessa forma, já que vivemos numa cidade relativamente educada e evoluída. Eu pensei no meu filho. Pensei: “Eu vou dar um beijo no meu filho” e dizer “cara, para ti isso não vai acontecer porque isso é muito ruim, é muito ruim” – disse, chorando.

 

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